sábado, 11 de janeiro de 2014

COMO ENCARAR O INEVITÁVEL

Nossa fé é posta a prova diariamente, das mais diversas formas, algumas vezes superamos, outras vezes nos rendemos ao inevitável.
 
Mas e quando o inevitável foge ao nosso controle, nossas forças, nosso entendimento, o que fazer?
 
Estes últimos dias foram provas sem par de que enfrentar o inevitável, que acabou acontecendo, me fez pensar o quanto somos vulneráveis e inúteis ante a realidade chamada vida-morte.
 
Sempre preguei que nenhuma morte é justificável, menos ainda a de uma criança de 9 anos de idade. Obrigar seus pais a enterrá-la contraria todas as leis naturais do universo.
 
Quando meu pai faleceu em 1978, em seu velório, minha vó uma mulher de certa idade, mas nunca jamais velha, ficou sentada a um canto e só balançava a cabeça dizendo: "Não é justo. Não é justo." O que não é justo vó? "Uma mãe enterrar um filho. Para ela aquilo fugia a toda e qualquer compreensão do tramite normal da vida, qual seja, os filhos é quem devem enterrar seus pais.
 
Falo isso por força de um situação local, bem próxima a mim e a cidade. Uma criança de 9 anos faleceu depois de lutar quase 80 dias em um CTI em um grande hospital do país. Sua morte, ainda que por causa de doença não se justifica, quebrou mais uma vez a ordem natural das coisas, mas era inevitável. Sua resistência, a partir do relato de seus familiares me surpreendeu. Um verdadeiro guerreiro, um herói da resistência. Chegou sua hora, cansou da batalha, descansou.
 
E o que dizer de uma menina no Maranhão cujo pecado foi tomar um ônibus que foi atacado por marginais e que colocaram fogo no ônibus e nas pessoas, pouco se importando se adulto, velho ou muito menos criança. E a criança não resistiu aos ferimentos e morreu. Parentes dela continuam internados e sob risco. E o mundo inteiro se preocupa com um ex-piloto de fórmula um que caiu de esqui, bateu a cabeça e está em coma em um dos melhores hospitais da Europa, e ai o que dizer?
 
O inevitável acontece, seja para você, seja para mim. Clodovil Hernandes, estilista e por ultimo político disse uma frase que me marcou muito: "Pobre do homem que nasce já sabendo que vai morrer."
 
Inevitável sim, soberano jamais.
 
Se a morte é um descanso, prefiro viver cansado.
 
Vão em paz pequenas crianças!

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